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Ir para o conteúdoDepois de viver um ano bem positivo em 2023, a Cooperativa de Geração Compartilhada (COGECOM) está com boas perspectivas para 2024. No ano passado, a empresa fechou com 40 mil unidades consumidoras e prevê dobrar esse número em 2024. É o que afirma o presidente da COGECOM, Roberto Corrêa, nosso entrevistado desta terça-feira (30). “Além disso, temos a expectativa de atingir, ainda no primeiro semestre, um volume de geração de 53,4 MW médios, o que se traduzirá em 35 mil MWh/mês de geração”, acrescentou. O executivo aponta que a ideia é concentrar esforços para alcançar novos negócios na região Sul e em São Paulo, que hoje são os principais mercados da cooperativa. Para lembrar, a geração compartilhada, em suma, possibilita que consumidores se unam em um consórcio ou em uma cooperativa, instalem uma planta de micro ou minigeração distribuída, em local diferente das unidades consumidoras, e utilizem a energia gerada para redução das faturas dos consorciados ou cooperados. Corrêa vê que há um potencial de crescimento desse mercado no Brasil, mas acredita que o setor precisa de melhorias e simplificações. “Este é o momento de reconhecer que esse mercado está consolidado e trabalhar para torná-lo mais eficiente e acessível. Essa transformação só será possível com a participação ativa dos agentes reguladores, como é o caso da ANEEL”, ponderou.
Para começar, poderia fazer um balanço do ano de 2023?
O ano de 2023 da COGECOM foi muito positivo. No final de 2022, tínhamos a expectativa de um significativo crescimento em 2023, desenhando com base na quantidade de usinas programadas para entrar em operação. Este planejamento se concretizou, e encerramos 2023 com mais de 1.000 unidades geradoras em operação, contribuindo para o aumento expressivo do nosso portfólio de geração.
Registramos um crescimento exponencial na fonte de energia solar, ampliando significativamente sua representatividade em nosso portfólio. Isso nos permitiu continuar liderando o setor de geração distribuída compartilhada, especialmente nos estados em que já somos referência, como os da região Sul e em São Paulo – nossos principais mercados. Não podemos deixar de mencionar o sucesso também em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Assim, 2023 representou mais um ano de consolidação da COGECOM no mercado de geração distribuída compartilhada. Encerramos o ano atendendo mais de 40 mil unidades consumidoras, reforçando a dimensão e a robustez que a COGECOM tem conquistado no mercado.
Quais suas sugestões para desenvolver o mercado de geração distribuída compartilhada no Brasil?
A palavra que resume tudo é “simplificação”. O conceito da geração distribuída compartilhada é maravilhoso, proporcionando uma energia mais barata e renovável para todos. No entanto, enfrentamos desafios operacionais que tornam a viabilidade desse benefício para toda a população uma tarefa difícil.
O primeiro desafio está relacionado às questões operacionais junto às distribuidoras de energia. Atualmente dependemos das distribuidoras para operacionalizar a distribuição da nossa energia para as unidades consumidoras. Também são essas empresas que realizam a contabilização dos créditos gerados. Hoje, o sistema operacional usado não é unificado entre as distribuidoras, o que nos obriga a nos adaptar a cada uma delas no país. E estamos falando de mais de 50 distribuidoras.
Em segundo lugar, as distribuidoras não oferecem um caminho facilitado para que nós, agentes de geração distribuída compartilhada, possamos realizar nosso trabalho de forma simples.
Por exemplo, não conseguimos estabelecer uma integração direta, como por meio de uma API, que permitiria a automação do processo. [Nota da Redação: API é Interface de Programação de Aplicações, que consiste em um conjunto de regras e definições que permite que diferentes softwares se comuniquem entre si.] Ainda dependemos de métodos rudimentares, como planilhas de Excel, o que é ineficiente nos dias de hoje. Portanto, a simplificação e a busca por soluções mais integradas seriam fundamentais para impulsionar o mercado.
Ao seu ver, quais agentes deveriam liderar esse processo de simplificação?
É preciso reforçar a necessidade de diálogo entre as concessionárias e os agentes que operacionalizam nosso mercado. Essa questão precisa ser endereçada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Deixo aqui a mensagem de que é crucial termos um maior diálogo entre os players envolvidos neste mercado. Houve um período em que a geração distribuída compartilhada estava em crescimento, sem receber a devida atenção por ser um mercado incipiente. No entanto, a situação mudou. Hoje, a geração compartilhada já é uma realidade. As pessoas conhecem e confiam nesse modelo, entendendo seus benefícios.
Portanto, este é o momento de reconhecer que esse mercado está consolidado e trabalhar para torná-lo mais eficiente e acessível. Essa transformação só será possível com a participação ativa dos agentes reguladores, como é o caso da ANEEL. É fundamental que esses órgãos estejam envolvidos nesse processo de simplificação, contribuindo para fortalecer e aprimorar a geração distribuída compartilhada no Brasil.
Olhando para o futuro, como estão as projeções de crescimento para 2024?
As perspectivas continuam sendo muito promissoras. Em 2023, consolidamos nossa presença no mercado, com energia já contratada, ao mesmo tempo em que expandimos nosso portfólio de contratação de novas fontes de geração de energia. Para este ano, temos a ambição de mais uma vez dobrar de tamanho, visando encerrar 2024 com aproximadamente 80 mil unidades consumidoras recebendo créditos na COGECOM. Estamos concentrando nossos esforços especialmente na região Sul e em São Paulo, que são nossos mercados principais.
Além disso, temos a expectativa de atingir, ainda no primeiro semestre, um volume de geração de 53,4 MW médios, o que se traduzirá em 35 mil MWh/mês de geração. Essa quantidade representativa de energia certamente nos manterá no patamar de protagonismo e liderança de mercado na região Sul e São Paulo. Estamos confiantes em alcançar nossas metas e fortalecer ainda mais nossa posição no setor de geração distribuída compartilhada.
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