COGECOM – Cooperativa de Energia

Paraná chega à quarta posição em geração própria de energia

Setor deverá crescer até 15% em 2023; no Estado, avanço da Geração Distribuída deve ser impulsionado pelo agronegócio

30.05.2023

Acompanhe a matéria:

Os anos de 2021 e 2022 foram de crescimento extraordinário para o setor de geração própria de energia no Brasil, também chamada de GD (Geração Distribuída). Em 2021, mesmo com o país enfrentando a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, a potência no sistema energético nacional cresceu 4 GW (Gigawatts) e, no ano passado, esse número quase dobrou. Somando-se toda a energia gerada por fontes renováveis em 2022, não se chega ao que foi produzido pela GD no período.

De maio de 2022 para maio de 2023, o Brasil aumentou a sua capacidade em geração própria de energia elétrica em quase 9 GW. No último dia 12 de maio, o país atingiu os 21 GW. Segundo a ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), com essa potência a GD é capaz de abastecer cerca de 10,5 milhões de residências ou 42 milhões de pessoas, o que corresponde a quase 20% de toda a população nacional.

O Paraná acompanha esse crescimento. Em pouco mais de um ano, o Estado dobrou sua capacidade de geração própria de energia e, no mês passado, tornou-se o quarto estado brasileiro a superar a marca de 2 GW de capacidade de GD. Resultado que o coloca ao lado de São Paulo, com 2,8 GW, Minas Gerais (2,7 GW), e Rio Grande do Sul (2,1 GW).

Embora as perspectivas de expansão para este ano e o próximo sejam mais modestas, o setor de GD espera fechar 2023 com alta de 10% a 15%. Resultado que terá reflexos positivos na economia e no consumo. No Paraná, a expansão poderá ser impulsionada pelo agronegócio.

Energia solar e agro

Produtores e consumidores paranaenses têm na energia solar a principal fonte de geração própria de energia, com 98,5%. Mas em um estado que tem boa parte de sua força econômica movida pelo agro, há uma enorme capacidade de ampliação das fontes empregadas em GD a partir dos resíduos agropecuários, que têm um grande potencial energético.

“Proporcionalmente, o Paraná é o estado onde o rural tem maior força e onde os estados são fortes no agronegócio, é possível aproveitar os resíduos para gerar energia e colocar em GD. É uma boa oportunidade porque se torna mais eficiente economicamente e sustentavelmente e tem cada vez mais uma pressão para fazer isso em função do ESG (sigla em inglês usada para definir as boas práticas das empresas nas áreas ambiental, social e de governança)”, avaliou o presidente da ABGD, Guilherme Chrispim.

Segundo a entidade, os sistemas de geração própria de energia estão presentes em todos os 399 municípios paranaenses, sendo Foz do Iguaçu a cidade com maior volume de potência instalada, de 100,4 MW (Megawatts). Em segundo lugar, está Maringá, com 93,9 MW, seguida por Londrina, com 74,3 MW.

No Estado, predomina a classe de consumo residencial, que responde por 734,7 MW. Os estabelecimentos rurais aparecem em segundo lugar em consumo, com 536,9 MW, seguidos pelas áreas comercial (505,2 MW) e industrial (191 MW).

Crise

Há dois anos, o país enfrentou uma grave crise energética decorrente da pior crise hídrica vivida em quase cem anos e que trouxe a ameaça de racionamento no fornecimento de eletricidade aos brasileiros. O racionamento não se concretizou, mas a população não escapou dos aumentos dos custos com energia causados pela aplicação das bandeiras tarifárias.

E a forte dependência das usinas hidrelétricas que torna a população refém do clima acirrou os debates sobre a necessidade e urgência de readequação no sistema, trazendo para o centro das discussões temas como eficiência energética e formas de se garantir uma maior sustentabilidade para o setor.

Nesse contexto, a GD (Geração Distribuída) ganha destaque dentro do sistema elétrico nacional por se tratar de energia limpa e renovável e que tem como principal fonte a energia solar, recurso abundante no país. Hoje, a energia solar representa 98,7% do total em GD.

Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída, destaca uma série de fatores que explicam a relevância conquistada pela geração própria de energia no país. Dentro da perspectiva econômica, ele cita o próprio crescimento do mercado que saltou de menos de duas mil empresas integradoras em 2017 para mais de 30 mil atualmente. Na geração de emprego, o impacto da GD é de 500 mil postos de trabalho.

Facilidade na instalção

Sob o ponto de vista energético, a facilidade na instalação de sistemas em residências, empresas e indústrias favoreceu o setor e gerou um impacto econômico muito positivo. “Dependendo da característica da ligação, você pode sair de uma fatura de R$ 500 para R$ 100 ou R$ 80. É bem representativo, principalmente para as famílias de baixa renda”, destacou Chrispim.

O presidente da ABGD ressaltou ainda que mesmo os consumidores que não têm GD são beneficiados porque quanto maior o número de pessoas utilizando a geração própria de energia, menor é a possibilidade de acionamento das usinas termelétricas, reduzindo os custos para todos os usuários do sistema, diminuindo o impacto ambiental e evitando os riscos de racionamento.

“Outro ponto que vale destacar na economia que a GD gera ao setor elétrico como um todo é a redução do custo com a perda técnica, embutido no preço da nossa conta de luz”, disse Chrispim. No caminho percorrido entre a usina hidrelétrica e a unidade consumidora, é normal que ocorra perda de 10% a 15% da eletricidade produzida. Na GD, essa perda não acontece porque a unidade consumidora está próxima da fonte geradora de energia.

Janela de oportunidade

Permitir que o usuário produza a sua própria energia, seja com a instalação de uma placa solar no telhado ou por meio de cooperativas, e a oferta de subsídios pelo governo garantida pela aprovação da Lei 14.300/2022, que instituiu o marco legal da microgeração e minigeração distribuída, tiveram forte apelo junto aos consumidores. Soma-se a isso, o aumento da credibilidade do sistema, apontou Roberto Corrêa, presidente da Cogecom, cooperativa paranaense de energia compartilhada. “A confiabilidade aliada à janela de oportunidade fez o mercado dar um salto muito além da estimativa da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).”

A Cogecom é uma das empresas que surfa na onda do avanço da geração distribuída. No primeiro trimestre de 2023, a energia total comercializada cresceu 75% sobre igual período do ano anterior e contabiliza 30 mil unidades consumidoras nos oito estados onde atua. A expectativa é ampliar para 60 mil unidades consumidoras até dezembro, chegando a mais quatro estados.

“A velocidade com que é possível implantar uma usina solar faz com que seja rápida e fácil a adoção da tecnologia. Os custos caíram drasticamente nos últimos dez anos, de quando o mercado foi iniciado com a normativa 482 aqui no Brasil, e essa queda de custo, o aumento das contas de energia e a instabilidade do setor energético contribuíram para o crescimento rápido de geração distribuída no país”, avaliou o CEO do Grupo Bonö Energia, Marcelo Abuhamad.

Pressão por energia renovábel

O presidente da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), Guilherme Chrispim, chama de “tsunami positivo” os resultados da GD nos dois últimos anos, mas olha com cautela para o futuro e fala em “acomodação”, o que não significa um desaquecimento do mercado. “Não é possível continuar crescendo nos números que estamos crescendo”, analisou. “Tivemos dois anos de crescimento em percentuais que não vão se repetir. Vamos agora entrar em um período de normalidade. O ano de 2023 ainda reflete a corrida ao sol de 2022 e 2024 será um ano de crescimento normal. Em valores absolutos, estou fazendo uma aposta de que a gente cresce 10% a 15% neste ano ante 2022, o que já é muito bom.” Chrispim calcula alta de 8 GW a 10 GW ao ano, impulsionada pela pressão por energia renovável e sustentável e o fortalecimento do ESG nas empresas.

Mais otimista nas previsões de mercado, o presidente da Cogecom, Roberto Corrêa, aposta em uma continuidade do bom momento por mais cinco anos. “Nos mercados onde a energia é mais cara, a curva (de crescimento) é mais acelerada e, em outros, mais lenta. Mas no contexto geral, nacional, temos hoje uma ascendência da curva daqueles que seguem os inovadores e deve durar mais uns cinco anos até que pense em ter uma mudança no cenário. O crescimento começa a ‘deitar’ com mais de 50% do mercado de adesão”, afirmou.

A maturidade do Brasil em relação à tecnologia fotovoltaica significa um grande avanço tanto para a matriz energética quanto para a adoção de uma matriz ainda mais limpa, com uma fonte de fácil implantação, ressaltou o CEO do Grupo Bonö Energia, Marcelo Abuhamad. Como resultado desse amadurecimento, além da manutenção do crescimento acelerado da GD, o país também deverá ver a expansão da aplicação de usinas para alta produção com o início da abertura do Mercado Livre de Energia, em 2024, e também da adoção de linhas de produção cada vez mais eficientes e automatizadas. “A matriz de GD e de energia solar está muito conectada a todo o desenvolvimento da cadeia de energia e de logística como um todo. É um mercado que vai continuar crescendo e tende a exponencializar ainda mais dentro dos próximos anos.”

COOPERADO COGECOM!

estamos passando por Instabilidade
em nosso WhatsApp.

Acesse abaixo nossos canais de atendimento.

Setor de
Faturamento

Setor de
Relacionamento

Setor de
Cobrança

Até lá!

Tudo pronto — logo abaixo se encontra o link do Youtube para ativar a notificação e participar do evento quando ele começar.

Fale Conosco
Olá! Que bom ter você por aqui!

Nossos atendentes estão à disposição para atendê-lo com segurança e privacidade.